Filho de Davi...

“E, tomando consigo os doze, disse-lhes: Eis que subimos a Jerusalém, e se cumprirá no Filho do homem tudo o que pelos profetas foi escrito; pois há de ser entregue aos gentios, e escarnecido, injuriado e cuspido; e havendo-o açoitado, o matarão; e ao terceiro dia ressuscitará. E eles nada disto entendiam, e esta palavra lhes era encoberta, não percebendo o que se lhes dizia. E aconteceu que chegando ele perto de Jericó, estava um cego assentado junto do caminho, mendigando. E, ouvindo passar a multidão, perguntou que era aquilo. E disseram-lhe que Jesus Nazareno passava. Então clamou, dizendo: Jesus, Filho de Davi, tem misericórdia de mim. E os que iam passando repreendiam-no para que se calasse; mas ele clamava ainda mais: Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Então Jesus, parando, mandou que lho trouxessem; e, chegando ele, perguntou-lhe, Dizendo: Que queres que te faça? E ele disse: Senhor, que eu veja. E Jesus lhe disse: Vê; a tua fé te salvou. E logo viu, e seguia-o, glorificando a Deus. E todo o povo, vendo isto, dava louvores a Deus.” (Lc 18:31-43)

Essa passagem da Bíblia é algo simplesmente maravilhoso... Porque é incrível como as pessoas podem ter um nível de revelação tão incrível. Misericórdia é uma ação muitas vezes difícil de ser tomada, já que envolve muito de nossos aspectos emocionais. Vejo como é difícil (muitas vezes) vivermos em uma constante vida de liberação de perdão... mas muito mais difícil viver em ações de misericórdia.

Segundo meu amigo Nário, misericórdia pode ter dois significados – o da palavra e de definição como adjetivo/característica é: compaixão ou golpe final, respectivamente! Fico simplesmente envergonhado até de escrever um pouco sobre isso, pois essas são coisas que simplesmente estão aí todo dia, diante dos meus olhos...

Essa semana teve um fato interessante aqui em Rolândia (apareceu num jornal): havia um homem caído em frente a uma sorveteria, muito machucado. Logo percebeu-se que se tratava de um andarilho. Uns se negaram a ajudar (o jornal apontou o dedo pra um bombeiro...), outros ajudaram como puderam. Jesus estava numa situação tal como essa, ou até pior, devido a uma palavra: multidão. Enquanto a multidão dava os ataques finais (ou os golpes de misericórdia pra acabar com a pouca dignidade que lhe restava), Jesus se prontificou a agir em favor daquele homem. E o fato que mais me faz ficar envergonhado: ele não era o grande mendigo na história, mas sim uma multidão de pessoas que matam até a sua própria esperança, devida a sua própria falta de revelação da pessoa de Jesus. E Cristo agindo com amor, tendo misericórdia / compaixão da vida do homem (assim como da multidão ao redor).

Filho de Davi... mesmo no pouco conhecimento do cego (Jesus questiona sobre ser “Filho de Davi”, isso em Lc 20:41-44), dentro de seu coração ele tinha a fé necessária pra entender quem era Jesus realmente... O suficiente pra Deus honrar àquele homem. Enquanto a multidão... Sinceramente, comparo isso na minha vida, e muitas vezes vejo o quanto preciso aprender mais de Deus... a ser mais humano, mais misericordioso, mais cristão (me vejo tanto sendo o cego que clama e encontra, e como a multidão que esnoba)... é impressionante como atos podem transformar as pessoas. E mais impressionante ainda é como hoje uma grande maioria de nós cristãos não conseguimos isso!!! Acho que ainda temos um pouco desse lado de não darmos a importância devida ao ser humano, mesmo quando este aparenta não merecer uma gota dessa importância... Até porque misericórdia, segundo “Miss” Valnice Milhomens (amada nossa aqui!!!) é: colocar-se no lugar do outro e sentir o que ele sente (o mesmo que Jesus fez - o.0). Tratarei um pouco sobre isso no próximo artigo que apresentarei, “Um bom monstro”.

Até lá, que Deus alcance, e nos abençoe, em nossos corações, com a fé necessária para curar nossa cegueira.

“Pregue o Evangelho para todo mundo. Se necessário, use palavras” (Francisco de Assis)

Jef!!! (Paulera denovo!!! Jesus, tende misericórdia de mim!!!! =P)