Amor e Desertos

“Se nossos deuses e esperanças não são nada além de fenômenos científicos, então devemos dizer que nosso amor igualmente o é” (L’Eve – Future)

Antes de tudo, creio que esse artigo seja mais pra mim que pra qualquer outro... Posso dizer que um período de deserto tem se iniciado em minha vida, e como tal, vários pensamentos vem à tona. E infelizmente, aquela mania humana de achar que Deus está longe ou inoperante também. Quando estamos no deserto, normalmente fazemos, pensamos e agimos de forma bem diferente de nosso “habitual”... o bom monstro interior começa a dar as caras... o.0

Já “sentiu” aquela vontade terrível de questionar a forma de Deus agir, levando as situações para um âmbito natural? “Ah... as coisas não acontecem desta forma porquê?”, “eu não vejo as coisas acontecerem diante de mim...”, ou qualquer pensamento semelhante... É impressionante a nossa mania de colocar nosso Deus a prova nessas situações, como se ele fosse aquele empregado que tem que estar pronto pra tudo, e nós o chefe estressado que manda, manda e nada faz... Pois é... em meio a estes questionamentos, e outros, levei um pequeno dedo de prosa com Papai e mal consegui dormir essa noite... fico questionando sobre essa relação “chefe–empregado” que tantas vezes insistimos em agir... deixando de lado a relação “pai-filho”!!!

E lembrei da frase acima - muitas vezes esquecemos do verdadeiro amor e damos espaço pra um “amor” fabricado, limitado... e não natural. E é muito maçante pra mim quando percebo que as vezes isso acontece. Quando vejo acontecer, quando faço sem me dar conta, quando me dou conta que as vezes faço isso.

Fico imaginando o que aconteceria conosco quando Deus agisse dessa forma conosco – será que agüentaríamos?! Imagina se Deus um dia se revoltasse com a humanidade novamente daquela forma como acontecia com o povo de Israel no Velho Testamento... Não teríamos o “feeling” pra agüentar a bronca, com certeza. Muitas vezes, a verdade é essa, nos aproveitamos do fator Graça Divina pra nossos prazeres próprios, e esquecemos de dar o nosso amor total a Deus. E de receber o amor total de Deus também... É o mesmo que aconteceu com Elias, após ser confrontado por Jezabel... (1Rs 18 e 19) fica no questionamento de estar sozinho, de não ver as coisas acontecerem e tal... Mas Deus, como sempre faz, por princípio, age primeiramente no SOBRENATURAL, pra assim depois acontecerem as coisas no âmbito NATURAL delas.

Simplesmente pra mostrar que a pessoa que está no comando de todas as coisas é Ele, e Ele somente. Quando aprendermos, a cada dia mais, conhecer a sua vontade, aí sim aprenderemos a ser os melhores humanos. Sinceros, íntegros, mais amante de Deus que de outros. Ou melhor, os bons filhos!!! =D

“Qual de vós poderá, com as suas preocupações, acrescentar uma única hora ao curso de sua vida?!” (Mt 6:27) Ele está no controle de sua vida. A questão não é sentir, mas experimentar verdadeiramente, assim como é a vida verdadeira com Deus. Não sentimentos (como algo a ser produzido), mas realidade (algo já existente, muito tempo antes de pensarmos em sermos alguém...). Essa é a realidade – ver o Deus tem feito realmente, não procurar em seus sentimentos próprios algo a acontecer. Nos céus, Deus tem nossa vida escrita por inteiro – pra que pensar em agir por conta própri, independente, tentando produzir algo humano, e com isso vazio?

A regra pra quem está no deserto colocado pelo Senhor é essa – pare pra ouvi-lo, e não produza algo por si só. Agora, se você foi pro deserto por conta própria, volte rapidamente – esse com certeza não é seu lugar... Deus abençoe ricamente – com a provisão divina necessária...

The Shadow proves the sunshine.... (Das sombras provém o brilho do sol...) - Swichtfoot

Jef!